Vez ou outra me apaixono por algum desconhecido.
Imagino se ele acorda de bom humor.
Se ele usa bermuda ou sunga quando vai à praia.
Se sobe em árvores, se tem cicatrizes.
Como trata os velhinhos, se gosta de crianças.
Será que meus amigos vão gostar dele?
Se o silêncio vai ser um problema quando o assunto acabar.
Se vamos inventar afinidades...
Se a vontade de ficar perto vai crescer.
Se tem calma no trânsito, se terá paciência para esperar meus banhos demorados.
Se sabe me fazer rir, se gosta de poesia ou prefere prosa.
Se é uma boa companhia de viagem.
Se sabe contornar o tédio, reinventar saídas, rir de si mesmo.
Se eu vou me sentir a vontade ao seu lado para ser espontânea.
Se gosta de samba e bebe cerveja ou se vai a shows e prefere vodka.
Se vai ao cinema, lê livros e adora viajar.
Se pratica algum esporte toda semana, tem amigos de infância...
Se dirige bem.
Se é fanático por algum time.
Quais seriam suas manias, defeitos, chatices?
Gosto de imaginar, mas prefiro descobrir.
sábado, 25 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Tinha por hábito passear despreocupadamente à beira do penhasco.
Colhia frutas que rolavam a encosta.
Descia correnteza...
Na ponta dos pés, saltava de uma pedra a outra...
Dançava a luz da Lua onde os lobos a observavam.
Até que um dia alguém avisou: Cuidado!
E tudo que ela fazia naturalmente tornou-se arriscado demais.
Colhia frutas que rolavam a encosta.
Descia correnteza...
Na ponta dos pés, saltava de uma pedra a outra...
Dançava a luz da Lua onde os lobos a observavam.
Até que um dia alguém avisou: Cuidado!
E tudo que ela fazia naturalmente tornou-se arriscado demais.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Pupilas gustativas
Os seus olhos caleidoscópicos
saboreiam cores, amores,
calores...
Na língua o verde hortelã,
o amarelo cítrico,
o branco agridoce,
laranja lisérgico.
Por tantas vezes desbotada:
rosinha claro...
Hoje, vermelho intenso!
Azul espelho, gosto de nuvem.
Lambida, ferida
fusão multicolorida.
Papíla,
Pupíla,
Papoula.
saboreiam cores, amores,
calores...
Na língua o verde hortelã,
o amarelo cítrico,
o branco agridoce,
laranja lisérgico.
Por tantas vezes desbotada:
rosinha claro...
Hoje, vermelho intenso!
Azul espelho, gosto de nuvem.
Lambida, ferida
fusão multicolorida.
Papíla,
Pupíla,
Papoula.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Dentro e fora
Muro, palavra afronta
Barreira, feita para separar
Segregar
Vidro, palavra cortante
Cruel,
Feita para sangrar
Rodeados de concreto
Esquecemos, estamos dentro
Nessa prisão domiciliar
Pixo, palavra resposta!
Parou para pensar?
Camará...
Barreira, feita para separar
Segregar
Vidro, palavra cortante
Cruel,
Feita para sangrar
Rodeados de concreto
Esquecemos, estamos dentro
Nessa prisão domiciliar
Pixo, palavra resposta!
Parou para pensar?
Camará...
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Sementes
Plantei quiabo nasceu amora
Na mesma hora!
Plantei jiló nasceu flor-de-lis
Pra me deixar feliz!
Plantei tulipa nasceu pimentão
Mas que confusão!
Plantei chuchu nasceu jasmim
No meu jardim é assim...
A terra tem vontade própria.
Na mesma hora!
Plantei jiló nasceu flor-de-lis
Pra me deixar feliz!
Plantei tulipa nasceu pimentão
Mas que confusão!
Plantei chuchu nasceu jasmim
No meu jardim é assim...
A terra tem vontade própria.
domingo, 1 de agosto de 2010
Garimpo fino
A gente se gosta
A gente se toca, todo o tempo.
Mordidas, lambidas, beliscos
Ele não desgruda e eu...não me importo!
Rimos de nós mesmos,
Gargalhamos com o corpo inteiro.
Com olhos de deslumbramento,
Festejamos o acaso!
Com bocas e mãos inquietas, buscamos um ao outro / sem parar.
Matamos a saudade, a fome a sede.
À vontade.
Dançamos como se trilha sonora, houvesse:
Celebrando este garimpo fino.
Brincamos de ter: Um ao outro
E cuidamos de não nos perder.
Te escolhi como companhia: alegras meu dia!
E embora pela vida,
haja tanto desencontro...
Que bom que eu te encontrei!
A gente se toca, todo o tempo.
Mordidas, lambidas, beliscos
Ele não desgruda e eu...não me importo!
Rimos de nós mesmos,
Gargalhamos com o corpo inteiro.
Com olhos de deslumbramento,
Festejamos o acaso!
Com bocas e mãos inquietas, buscamos um ao outro / sem parar.
Matamos a saudade, a fome a sede.
À vontade.
Dançamos como se trilha sonora, houvesse:
Celebrando este garimpo fino.
Brincamos de ter: Um ao outro
E cuidamos de não nos perder.
Te escolhi como companhia: alegras meu dia!
E embora pela vida,
haja tanto desencontro...
Que bom que eu te encontrei!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Desenho meus sonhos e penduro minhas vontades no varal, pra ver se areja.
Um ventinho bom me transporta. Não arredo o pé daqui, enquanto minhas idéias vão atravessando horizontes, desvendando paisagens, rolando na grama. Longe de tudo fico mais próxima de mim. Os dias aqui passam lentos e as noites são escuras. O medo é o lugar onde vivem os monstros. E eu que sempre fui tão corajosa, me espanto diante da descoberta. Partituras de mil passarinhos cantores cortejam sua chegada. As imagens alegres vivem dentro.
As lágrimas não são mais doces e transbordam. O jeito é esperar o encontro com aquela que um dia serei eu.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
A matriarca.
O colo mais gostoso / As broncas mais temidas / As conversas madrugada a dentro / O sorriso mais bonito / O gosto pela vida / O cheiro do pó compacto / As unhas sempre feitas / O cabelo sempre impecável / Vaidosa / São Paulina / Mulher elástica / Antenada / Plugada / Alegria contagiante / Hiperativa.
Pimenta nos olhos dos outros / Felina, lambe a cria, mostra dentes e garras / Protetora / Maternal / Briguenta.
Os lápis apontados por ela / O penteado pro balé / A competição de espirro / As laranjas em gominho.
Os ensinamentos / A coragem / As férias, viagens e bagunças.
Encarou a vida de frente.
Filha, irmã, amiga, mulher, mãe, avó, professora, psicóloga e só sentimento.
Uma família inteira sem chão, sem ar.
Sem ela.
Pimenta nos olhos dos outros / Felina, lambe a cria, mostra dentes e garras / Protetora / Maternal / Briguenta.
Os lápis apontados por ela / O penteado pro balé / A competição de espirro / As laranjas em gominho.
Os ensinamentos / A coragem / As férias, viagens e bagunças.
Encarou a vida de frente.
Filha, irmã, amiga, mulher, mãe, avó, professora, psicóloga e só sentimento.
Uma família inteira sem chão, sem ar.
Sem ela.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Para Menina Girassol
Queria que certas coisas fossem leves como flores de vento e fosse fácil soprar para longe alguns pensamentos...
Tentamos colher todos os dias os amores-perfeitos para lhe dar, mas esse amor dói doído de tanto querer proteger do perigo...
Tentamos colher todos os dias os amores-perfeitos para lhe dar, mas esse amor dói doído de tanto querer proteger do perigo...
domingo, 4 de abril de 2010
Contraditória
Quero o dedo na ferida da vida
Gastar a sola dos sapatos
Lamber os beiços
Sem deixar rastros, avanço!
Para que me seguir seja cada vez menos...
Confortável!
Gastar a sola dos sapatos
Lamber os beiços
Abraços fortes de estreitar laços
Sorrisos francos de abrir portasNas pontas dos pés, pequenina
Me estico inteira pra ver se alcanço o mundo, em vão...Sem deixar rastros, avanço!
Para que me seguir seja cada vez menos...
Confortável!
quinta-feira, 25 de março de 2010
Precisa-se de colo e cafuné.
Estou sozinha como nunca estive, converso com amigos imaginários e conto meus segredos mais íntimos. Aquilo que ainda não havia contado nem a mim mesma, confesso entre meias palavras.
Desconfio que esse estado de loucura ainda é leve, nada grave. Vai passar. Assim como daqui alguns dias, semanas ou meses eu me sentirei menos só.
Eu preciso das pessoas e elas ainda não são queridas por mim, nem eu por elas.
Sou eu comigo mesma, enfrentando minhas ausências, saudades e vazios. Colorindo meus dias com pequenos prazeres, apostando no incerto e conhecendo minhas fraquezas.
Quem sou eu em um lugar sem referências?
O que esperar de mim?
Que lugares eu gosto de ir?
De que tipo de pessoas eu me aproximo?
Quem eu escolho como meus amigos?
Em quem confiar?
Como eu quero ser vista pelas pessoas?
O que eu to fazendo aqui, o que eu vim buscar?
Só sei que agora vou dormir, boa noite.
Desconfio que esse estado de loucura ainda é leve, nada grave. Vai passar. Assim como daqui alguns dias, semanas ou meses eu me sentirei menos só.
Eu preciso das pessoas e elas ainda não são queridas por mim, nem eu por elas.
Sou eu comigo mesma, enfrentando minhas ausências, saudades e vazios. Colorindo meus dias com pequenos prazeres, apostando no incerto e conhecendo minhas fraquezas.
Quem sou eu em um lugar sem referências?
O que esperar de mim?
Que lugares eu gosto de ir?
De que tipo de pessoas eu me aproximo?
Quem eu escolho como meus amigos?
Em quem confiar?
Como eu quero ser vista pelas pessoas?
O que eu to fazendo aqui, o que eu vim buscar?
Só sei que agora vou dormir, boa noite.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Estou num misto de felicidade extrema e a mais pura e legítima tristeza.
Estou eufórica e a cada momento descubro um sentimento novo.
Hora ou outra, tenho vontade de me encolher toda, covarde.
Mas vou me atirar rumo ao desconhecido, eu esperei o momento exato de desabrochar.
Caralho! (nada tem mais intensidade)
Intensa, é assim que eu me sinto.
A minha partida no instante agora. Embarco nessa aventura chamada vida de peito aberto, rumo ao incrível. Escolho trajetos impensados, paisagens desconhecidas, vou adorando o absurdo.
Sei bem que chegou a hora de partir e que despedidas são sempre tristes e egoístas.
Aprendi a voar e me deram asas! Agora tenho que ir para longe de tudo que um dia aprendi a amar.
Escrevo entre gargalhadas histéricas e choro contido. Um mundo novo me espera, cores, cheiros e sabores, entre texturas e sentimentos vou descobrir quem sou eu e a que mundo pertenço.
Levo comigo sorrisos e choros, abraços e a certeza de que um pedaço de mim fica.
Quando a saudade apertar e a dor ficar insuportável, preparem os abraços. Eu volto.
Estou eufórica e a cada momento descubro um sentimento novo.
Hora ou outra, tenho vontade de me encolher toda, covarde.
Mas vou me atirar rumo ao desconhecido, eu esperei o momento exato de desabrochar.
Caralho! (nada tem mais intensidade)
Intensa, é assim que eu me sinto.
A minha partida no instante agora. Embarco nessa aventura chamada vida de peito aberto, rumo ao incrível. Escolho trajetos impensados, paisagens desconhecidas, vou adorando o absurdo.
Sei bem que chegou a hora de partir e que despedidas são sempre tristes e egoístas.
Aprendi a voar e me deram asas! Agora tenho que ir para longe de tudo que um dia aprendi a amar.
Escrevo entre gargalhadas histéricas e choro contido. Um mundo novo me espera, cores, cheiros e sabores, entre texturas e sentimentos vou descobrir quem sou eu e a que mundo pertenço.
Levo comigo sorrisos e choros, abraços e a certeza de que um pedaço de mim fica.
Quando a saudade apertar e a dor ficar insuportável, preparem os abraços. Eu volto.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Queria falar de coisas miudas com importância de pedrinha caída.
Falar a língua das minhocas, que entendem como ninguém da úmida terra, são a própria terra minhonificada.
O lambari pula assustado na mão do menino e o tatu bola se enrola quando a gente toca.
Couve-flor coitada, se disfarça de flor porque também quer ser beijada.
E o beija-flor sarcástico, insiste em beijar aquelas flores de plástico.
Soube outro dia que o camaleão muda de cor para inventar moda. Achei bonito.
O urubu é um passarinho simpático aos olhos de uma menina que enxerga além.
Todos os dias brotam dúvidas: E os seres invisíveis, como se sentem?
Falar a língua das minhocas, que entendem como ninguém da úmida terra, são a própria terra minhonificada.
O lambari pula assustado na mão do menino e o tatu bola se enrola quando a gente toca.
Couve-flor coitada, se disfarça de flor porque também quer ser beijada.
E o beija-flor sarcástico, insiste em beijar aquelas flores de plástico.
Soube outro dia que o camaleão muda de cor para inventar moda. Achei bonito.
O urubu é um passarinho simpático aos olhos de uma menina que enxerga além.
Todos os dias brotam dúvidas: E os seres invisíveis, como se sentem?
domingo, 24 de janeiro de 2010
Deselegante menina
A bailarina nunca antes ousara sair da caixinha de música
Ficava lá incansáveis horas, rodopiando suas já gastas sapatilhas
Ao som de uma interminável música clássica
Girando e girando sem sair do ritmo
Perfeita!
Até o dia que esqueceram de dar corda na caixinha...
A menina curiosa resolveu sair, pra dar só uma espiadinha!
E ao sair, descobriu um mundo lindo de imperfeições!
Quis perder a compostura, rasgar a partituraNo descompasso, desfez-se o laço
Cansou dos tons pastéis
Quis experimentar outros papéis
Pendurou as sapatilhas
Gastou todas as milhas
Rodopiou com outros pares
Conheceu muitos lugares
Mas procurando bem,
Há dores, que só a bailarina tem.
Assinar:
Postagens (Atom)