quarta-feira, 22 de julho de 2009

Era uma vez...

Vontade de contar uma história importante, que tocasse o homem mais insensível que já existiu. Ele choraria feito criança, abraçando o joelho e soluçando. E brotariam sentimentos verdadeiros, ele teria vontade de ajudar as pessoas, de sorrir para elas, passaria a respeita-las e amá-las.

Teria vontade de tomar banho de chuva, de rolar na grama, de fazer bolinha de sabão, ele redescobriria o que jamais teve: sua infância. E nunca mais seria o mesmo.

Ele trocaria o terno cinza por bermuda florida e camiseta, o sapato apertado por chinelo de dedo. Passaria a desejar bom dia! para todos a sua volta e tudo por causa da minha história.

Vontade de contar uma história bonita, tão bonita que as mães contariam para seus filhos antes de dormir, e estes por sua vez, cresceriam e contariam para seus próprios filhos. E começaria assim: Era uma vez, um homem que não tinha sentimentos, até que um dia...

Vontade de contar uma história tão engraçada, capaz de parar o tempo, de fazer perder o fôlego de tanto rir. E um contaria para o outro e juntos eles ririam sem parar, e alguns curiosos se aproximariam para saber qual é a graça e se contagiariam com a alegria deles e ririam e contariam para outros que teriam dor de barriga, cãimbra na boca de tanto rir.

O mundo todo entraria em harmonia, só por causa da minha história.

Fim.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Revivências

O colorido era tão vibrante, havia música!
Pude sentir o gás do refrigerante borbulhando no meu nariz.
O cheiro da pipoca quentinha, as gargalhadas ecoando pelo picadeiro...
Meus pés não tocavam o chão
e eu precisava das duas mãos para segurar o copo.
No meu sorriso havia uma janela
e meu olho brilhava ao ver o mágico tirar o coelho da cartola!

"Hoje tem alegria?
Tem sim senhor!"

(Lembranças resgatadas através de um monóculo!
Aquela caixinha escura, que a gente coloca contra a luz, sabe?
Incrível!)

Hoje, não sou mais aquela menina a espera da próxima atração.
Sou protagonista da minha história:
Às vezes na corda bamba,
outras fazendo malabares para viver
mas na maioria das vezes palhaça de mim mesma.

Então, bom espetáculo.