sábado, 26 de março de 2011

Dos sons que ouço imagino cores
Das comidas que provo grito sabores
Da vida que levo contorno os desprazeres

Caminho despreocupada e me assusto em cada topada
Tentei ser o que não fui e amar-te sem medidas
Quis você na minha vida, cálida

Do meu mais alto voo, observo sua confusa covardia
Sinto muito pela casa bagunçada
e reinvento uma saída...

Carrego comigo desejos e alguma tristeza
Rejeito o morno dos tons pastéis, equilíbrio às avessas
Hoje, nada peço...
fujo da solidão de estar com você

segunda-feira, 21 de março de 2011

Mais uma quebra de protocolo.

Talvez em algum sonho em sépia você ainda apareça. Nos meus labirintos ou na fila da padaria. Quem sabe, nos encontraremos em algum show inusitado e eu deixe você segurar meu guarda-chuva. Ficaremos à toa, em um banquinho qualquer, matando trabalho sem pensar no que virá. Deslumbrados, rodaremos juntos por toda madrugada. Carmen Miranda será nossa única testemunha. Pode ser que a gente se enrole nas roupas do varal, entorpecidos de presença. Você pode me achar vez em quando dentro de um monóculo, ouvindo música distraído ou lavando louça. Os dias talvez passem lentos e eu estou decidida a fugir de você. Se pegar um atalho, pode ser que me encontre antes que eu me perca. A vida passa ligeira e é de se entregar até a última valsa.