domingo, 31 de agosto de 2008

Medinhos

Houve um tempo que o meu maior medo era tomar injeção.
Que tudo que era dor se curava com mertholate e que qualquer tombo era motivo pra colo e beijinhos.Esse tempo passou.
Hoje quando caio tenho que me levantar sozinha.
A vida bate doído, e mertholate não adianta mais...
Ninguém mais prova a minha lágrima pra ver se é doce ou salgada.
Pra saber se o que eu tenho é charme ou se ta doendo de verdade!
Tenho aprendido muito com a vida, a mentir, a fingir, a bajular, a fazer coisas terríveis que os adultos fazem, que eu não queria ter que aprender!
Ingênua eu não sou mais, ou pelo menos bem menos do que antes, mas reluto para não perder o que mais admiro nas crianças, eduquei meu olhar para enxergar além...de aparências, de superfícies, mas já ganhei uma certa malícia dos adultos.
Meu maior medo hoje é de perder o que as crianças têm de mais precioso.
O olhar sem preconceitos, livre de qualquer medo, livre de máscaras e tão sincero, sem mentiras, fingimentos ou bajulações...
Contraditória que sou, sigo fingindo que assim como as crianças não tenho medo!

Um comentário:

Fernanda Conrado disse...

Medo do medo de sentir medo por perder a segurança do olhar...