Teria vontade de tomar banho de chuva, de rolar na grama, de fazer bolinha de sabão, ele redescobriria o que jamais teve: sua infância. E nunca mais seria o mesmo.
Ele trocaria o terno cinza por bermuda florida e camiseta, o sapato apertado por chinelo de dedo. Passaria a desejar bom dia! para todos a sua volta e tudo por causa da minha história.
Vontade de contar uma história bonita, tão bonita que as mães contariam para seus filhos antes de dormir, e estes por sua vez, cresceriam e contariam para seus próprios filhos. E começaria assim: Era uma vez, um homem que não tinha sentimentos, até que um dia...
Vontade de contar uma história tão engraçada, capaz de parar o tempo, de fazer perder o fôlego de tanto rir. E um contaria para o outro e juntos eles ririam sem parar, e alguns curiosos se aproximariam para saber qual é a graça e se contagiariam com a alegria deles e ririam e contariam para outros que teriam dor de barriga, cãimbra na boca de tanto rir.
O mundo todo entraria em harmonia, só por causa da minha história.