segunda-feira, 4 de abril de 2011
Imitação do que sou
Cada vez que finjo ser, acabo sendo. Um pouco mais disso - menos daquilo. Outra que surge dentro do tempo, esquecido no fingimento. Finjo que danço, saio dançando... Finjo que sou acabo sendo. Nuances de mim - reflexos de ti. Vontade de ser. Eu que já sou. E fui, tantas! Só sei ser, sendo...
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Um comentário:
"(...)Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.(...)" trecho de tabacaria, de fernando pessoa
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